terça-feira, 29 de abril de 2008

Na minha procura ...

(Salvador Dali)

"Na minha procura de respostas à questão da vida senti-me exactamente como um homem que está perdido numa floresta.
Cheguei a uma clareira, subi a uma árvore, e tive uma perspectiva desobstruída do espaço sem fim à minha volta. Mas eu podia ver que não havia casa alguma nem poderia haver; regressei à floresta espessa, às trevas, e uma vez mais não via casa alguma — só as trevas.
Assim vagueei pela floresta do conhecimento humano. De um lado, estavam as clareiras das ciências matemáticas e experimentais, que me abriam horizontes astutos; mas não encontrava aí casa alguma. Do outro lado, estavam as trevas das ciências especulativas, onde cada passo que dava me mergulhava ainda mais fundo nas trevas, convencendo-me finalmente de que não havia saída.
Ao entregar-me à luz brilhante do conhecimento, só desviava os meus olhos da questão. Por mais claros e tentadores que fossem os horizontes que se abriam perante mim, por mais tentador que fosse afundar-me no infinito deste conhecimento, cedo compreendi que quanto mais claro era este conhecimento, menos eu precisava dele, menos respondia à minha questão." TOLSTOI

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